Cristão recebe pena de morte após se defender de ataque na Nigéria

  • 14/03/2025

Recentemente, a Suprema Corte da Nigéria confirmou a sentença de morte de Sunday Jackson, um cristão do estado de Adamawa, que foi condenado após se defender de um ataque de pastores Fulani em sua fazenda. O caso, que já dura seis anos, gerou grande indignação entre defensores de direitos humanos e líderes religiosos, que consideram a decisão um grave erro judiciário e uma violação dos direitos fundamentais de autodefesa.

A Defesa e o Erro Judicial

O incidente que levou à condenação de Jackson ocorreu quando sua fazenda foi atacada por pastores Fulani, um grupo muçulmano nômade conhecido por conflitos violentos com agricultores na Nigéria. Durante o ataque, um dos agressores, identificado como Ardo Bawuro, esfaqueou Jackson, que reagiu com a mesma faca, matando o agressor. O advogado de Jackson, Emmanuel Ogebe, defendeu que o cristão agiu em legítima defesa e que a sentença de morte foi um “horrível erro judiciário”, alegando que o juiz de primeira instância distorceu os fatos e negou o direito constitucional de defesa própria de Jackson.

De acordo com Ogebe, a juíza do caso original, Fatima Ahmed Tafida, uma muçulmana, interpretou erroneamente os fatos e, ao invés de reconhecer o direito de Jackson de se defender, sugeriu que ele deveria ter fugido do ataque, apesar de ter sido esfaqueado na perna, o que o deixou incapacitado momentaneamente. O advogado também afirmou que a sentença foi proferida 167 dias após o julgamento, quando o prazo constitucional para a decisão é de 90 dias, o que agravou ainda mais o erro judicial.

Líderes Religiosos e Defensores de Direitos Humanos

A decisão da Suprema Corte gerou reações contundentes de líderes cristãos e defensores de direitos humanos, que veem o caso de Jackson como um reflexo de discriminação religiosa e uma grave injustiça. A Associação Cristã da Nigéria (CAN) expressou preocupação com a possibilidade de que Jackson seja enforcado até a morte após ter sido atacado e reagido em legítima defesa.

O presidente da CAN, John Joseph Hayab, e o bispo Mohammed Naga, secretário-geral da associação para o norte da Nigéria, lamentaram o que consideraram uma farsa judicial, argumentando que a condenação de Jackson é um reflexo da crescente perseguição aos cristãos no país. Eles também denunciaram o prolongamento desnecessário do processo, que durou seis anos e meio, um período muito superior ao que normalmente seria necessário para um caso como esse.

Declarações Internacionais

O caso de Jackson também ganhou atenção internacional. Durante uma entrevista ao Arise News, o defensor dos direitos humanos nos Estados Unidos, Dr. William Delvin, expressou tristeza pela falha da Suprema Corte nigeriana em declarar a inocência de Jackson. “Ele se tornou um caso internacional de direitos humanos, e continuaremos a advogar por ele”, afirmou Delvin, destacando que a decisão representa uma violação dos direitos humanos e uma ameaça à segurança dos cristãos na Nigéria.

A defesa de Jackson, condenado por matar o agressor Fulani durante o ataque, sublinha que ele agiu em legítima defesa, algo garantido pela Constituição da Nigéria. A sentença de morte levanta sérias questões sobre o acesso à justiça para minorias religiosas no país, especialmente em um contexto de crescente violência contra cristãos, perpetrada principalmente por grupos muçulmanos radicais, como os pastores Fulani.

Perseguição na Nigéria

A Nigéria é um dos países mais perigosos para cristãos, ocupando o 7º lugar na Lista Mundial de Observação de 2025 da Portas Abertas. A violência contra cristãos tem aumentado nos últimos anos, com ataques frequentes a fazendas e comunidades cristãs, especialmente no norte e no centro do país, onde os pastores Fulani têm sido responsáveis por numerosos conflitos. Esses ataques, muitas vezes vistos como uma forma de jihad, têm causado a morte de centenas de cristãos e forçado muitos a fugir de suas casas.

Defensores dos direitos humanos temem que a manutenção da sentença de morte para Jackson seja mais um exemplo da crescente intolerância religiosa na Nigéria, e apelam para que o governo nigeriano intervenha para proteger os direitos de seus cidadãos, independentemente de sua fé.

Apelos por Clemência

O caso de Sunday Jackson continua a ser acompanhado por organizações internacionais e defensores de direitos humanos, que exigem a revisão da sentença e a garantia de que a justiça seja feita. Os líderes cristãos na Nigéria também pediram clemência, solicitando ao governador do estado de Adamawa, Ahmadu Umaru Fintiri, que interceda em favor de Jackson e evite sua execução.

Segundo a Morning Star News, enquanto o caso de Jackson segue sendo uma batalha judicial e humanitária, ele também destaca a difícil realidade enfrentada pelos cristãos na Nigéria, que continuam a lutar pela liberdade religiosa e pela proteção de seus direitos básicos em meio à crescente perseguição religiosa.

Fonte: NT Gospel.

FONTE: https://ntgospel.com/noticias/perseguicao-religiosa/cristao-recebe-pena-de-morte-apos-se-defender-de-ataque-na-nigeria/


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